Primeiras Páginas: O Herdeiro Guerreiro

Escrito por: | em 27/05/2011 | Adicionar Comentário |

Começo esse post explicando: esse é o primeiro artigo no qual eu coloco a tag “Primeiras Páginas”, que é como eu pretendo marcar algumas reviews de livros que eu ainda não li até o final. A idéia é ler algo como 20 ou 50 páginas de um livro e dizer o que achei dele até ali. Quero que isso fique claro porque pode ser que eu ache um livro ruim por essas primeiras páginas, mas que ele fique surpreendentemente maravilhoso mais para frente, e vice e versa. Essas são apenas as primeiras impressões que muitas vezes determinam se eu vou continuar a ler o livro até o fim ou não, mas que não são, obviamente, absolutas. Dito isso, vamos à obra de hoje:

Capa do livro "O Herdeiro Guerreiro" de Cinda Williams Chima

Título: O Herdeiro Guerreiro | Autor: Cinda Williams Chima
Tradutor: Claudia Martins | Edição: São Paulo: DCL, 2008
ISBN: 978-85-368-0455-2 | Total de Páginas: 512
Páginas Lidas: 182 [36%]

Eu comprei esse livro em circunstâncias curiosas: tinha comprado “O Herdeiro Mago” que é a continuação desta série, apenas pela capa, e só depois descobri que ele era um livro “2”, então corri para comprar o livro “1” que é justamente o livro em questão. Nesse ponto devo fazer uma observação: eu odeio quando um livro de série não tem de cara o nome da série e a ordem de leitura, não da para ir na livraria e saber qual a sequencia dos livros, você precisa fazer uma pesquisa para descobrir… isso realmente me irrita…

Mas, vamos ao que interessa: O primeiro capítulo do livro se passa no passado, o que me passou a impressão inicial de que seria um livro de fantasia medieval ou algo do tipo. Então já aviso: não é!

A review abaixo talvez tenha spoilers, mas como eu não li nem metade do livro, acho que nada muito decisivo…

O livro não fica se explicando muito no começo (o que para mim normalmente é um ponto positivo, porque não gosto muito de ser tratada como idiota pelo autor), mas da para entender rapidinho como as coisas funcionam: o mundo é o nosso; existem pessoas especiais; essas pessoas tem uma “pedra” no peito (ou será que eu deveria dispensar as aspas já que é uma pedra mesmo?) e de acordo com a “natureza” dessa pedra, essas pessoas tem alguns poderes (podem ser guerreiros, magos ou encantadores, até onde eu li); existem Ordens formadas por essas pessoas especiais e algum tipo de rivalidade entre elas.

Bom, essas são algumas das premissas do universo do livro. Dai nós temos o protagonista, ele é um garoto “normal”, ele leva a sua vida “normal”, até que um dia ele descobre que é uma pessoa especial. Mas ele não é especial como as outras pessoas especiais, ele é especial de uma forma diferente (não vou contar como, mas vocês descobrirão logo no começo), e ele ganha um artefato especial também…

Capa dos três livros da trilogia "O Herdeiro"

A série é composta pelos livros "O Herdeiro Guerreiro", "O Herdeiro Mago" e "O Herdeiro Dragão"


Será que até ai vocês conseguiram entender quais foram os meus problemas com esse livro? De qualquer forma eu vou explicar:

Esse negócio de uma “sociedade de pessoas especiais” dentro da nossa própria sociedade e adolescente prodígio que é mais especial que todos os outros está na moda, e eu não acho que isso é errado, ou que só uma pessoa possa escrever sobre um assunto, ou que seja de alguma forma “errado” ou “pouco criativo” usar essa mesma base ou que um livro não possa ser bom usando essa receita. O problema é que isso cansa… realmente cansa.

Se um autor der a sorte de o livro dele ser o primeiro que você leu sobre o assunto, pode até ser que você se apaixone pela obra, mas depois que você já leu alguns livros com a mesma receita, você começa a ficar demasiadamente crítico e chato e difícil de agradar e surpreender.

Então, acho que quando um autor resolve usar a “receitinha padrão” (que, repito, não é algo que eu condene), se ele se importa em ganhar os chatinhos cansados dessa receita ele precisa arranjar um jeito de conquistar o leitor: pode ser com uma escrita mais dinâmica; pode ser com elementos interessantes dentro dessa receita; pode ser com elementos inesperados; e sei lá o que mais (se eu soubesse eu seria uma autora de sucesso, e não uma advogada/blogueira/podcaster). Enfim: o autor precisa nos conquistar, mostrar que o lirvo dele tem algo além da “receitinha” à qual estamos habituados.

Visão lateral dos livros da trilogia "O Herdeiro"

O primeiro livro, com 512 páginas, é o mais fino da série… isso definitavemente não me incentivou muito


Dai meu principal problema com esse livro: ele não conseguiu fazer isso, pelo menos não nas 182 páginas que eu lí, e o meu grande problema é que se trata de um livro de 512 páginas, o que me fez sentir que eu estava sendo enrolada pela narração, que as coisas estavam se delongando demais, que nada realmente acontecia, que… infelizmente… eu não queria continuar lendo o livro.

Eu comecei a ler esse livro nas minhas férias, quando eu tinha muito tempo para fazê-lo, e, ainda assim, em um mês de tédio não consegui ler mais de 182 páginas: cansei, não sentia vontade de ler, não conseguia ler muitas páginas de uma vez, me sentia desmotivada com o número de páginas que faltava para o final.

E eu sei que quando é para jogar pedras nos livros de “receita padrão” todo mundo adora malhar o Percy Jackson, mas me desculpem, eu simplesmente DEVOREI a série dos Olimpianos. Se ele tinha elementos do Harry Potter ou sei lá do que mais, eu não percebi nem me importei: o livro era dinâmico, rápido de ler, as coisas aconteciam, o elemento mitológico me atraia, as letras e as margens do livro eram grandes, tinha mais diálogos, tinha menos páginas. Seja como for: o autor me motivou a ler o livro.

Então minha conclusão, tendo lido 182 páginas, é a suguinte: a receita é a mesma de sempre; a idéia das pedras poderia ser interessante se eu conseguisse continuar lendo o livro; os personagens não me cativaram o suficiente para eu querer saber o que acontece com eles; a escrita é meio enrolada, me cansa.

Dou 2 Grifos pelas páginas lidas, mas talvez a autora tivesse conseguido tirar de mim um 3 (quem sabe até 4) se fosse um pouco mais sintética. Com umas 300 páginas, e um pouco menos de enrolação, talvez eu tivesse tido coragem para terminar o livro, e talvez eu descobrisse que ele é bom e vale a pena… mas não foi o caso.



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Dani Toste

Advogada, jogadora de RPG, viciada em internet, amante de de livros, séries, música e filmes. Acha que o Lewis Carrol é um gênio, é obcecada pelos livros da Alice que considera os melhores do mundo.

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