Primeiras Páginas: O Livro do Cemitério

Escrito por: | em 10/06/2011 | Adicionar Comentário |

Eu li poucas coisas do Neil Gaiman: o Stardust e o Coraline, e embora eu não seja precipitada em gostar de autores, devo dizer que fiquei com uma boa sensação em relação a este, já que não apenas eu gostei, mas me apaixonei perdidamente pelas obras dele que experimentei. E então, com esse pensamento, resolvi começar a leitura do “O Livro do Cemitério”, que além de tudo me veio recomendadíssimo por um amigo.

Capa do Livro "O Livro do Cemitério" de Neil Gaiman

Título: O Livro do Cemitério | Autor: Neil Gaiman
Tradutor: Ryta Vinagre | Ilustrador: Dave McKean
Edição: Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2010
ISBN: 978-85-7980-012-2 | Total de Páginas: 329
Páginas Lidas: 84 (26%)

“O Livro do Cemitério” faz parte dos livros infanto-juvenis do Neil Gaiman, e acho que o estilo de escrita é bem apropriado a isso. Como a única obra não-infantil que li do Neil Gaiman foi uma Graphic Novel, não sei dizer ainda se esse é o estilo natural do autor ou se isso é específico de sua escrita voltada ao público mais jovem. De qualquer forma, independente disso, para mim esse é, logo de cara, um ponto positivo para o autor, já que eu realmente gosto de uma narração limpa, rápida e objetiva.

O segundo ponto positivo: As ilustrações, eu sempre, absolutamente sempre, fico feliz com livros ilustrados. Não precisa ser muita coisa, mas acho que isso dá vida ao livro, especialmente quando se trata de um livro infanto-juvenil. E já que eu me atrevi a falar sobre um ponto mais relacionado à edição do que à narração em sí, aproveito para dizer que as páginas são cor creme, daquele jeito que eu amo. Tudo isso significa uma ótima primeira impressão e já faz o livro ganhar muito do meu carisma nas primeiras páginas.

Outra capa de "O Livro do Cemitério" de Neil Gaiman

Agora, vamos ao que importa: Não bastasse o nome do livro, a história já começa bastante sombria com a família inteira do protagonista sendo assassinada (não, isso não é spoiler, acontece mesmo nas primeiras páginas), e ele (um bebê ainda, a propósito) “fugindo” para o cemitério. Diante dos acontecimentos, o protagonista (que recebe o nome de Ninguém Owens – “Nin”) acaba sendo adotado pelos espiritos que vivem no cemitério e se torna protegido de Silas (que é um habitante do cemitério que caminha entre o mundo dos vivos e dos mortos – vamos brincar de adivinhar o que ele é?). Ainda na infância Nin faz amizade com uma garotinha chamada Scarlett e acaba a envolvendo em uma aventura que a leva para longe dele. Pouco tempo depois Silas parte do cemitério para “investigar alguma coisa” e deixa uma nova pessoa encarregada de cuidar do Nin: a Srta. Lupescu.

Ilustração de "O Livro do Cemitério" por Dave McKean

Até o momento não deu para saber qual vai ser ou se vai haver, um grande perígo ou desafio para Nin na históra (mas eu apostaria que sim), de certa forma, com cerca de 1/4 do livro lido, ainda estamos conhecendo os personagens e o funcionamento do universo do livro. Em geral, eu diria que isso é um ponto negativo (eu sou uma pessoa ansiosa que gosta de ver as coisas acontecerem logo), mas não é o caso. De certa forma, o autor construiu alguns enigmas no livro (sobre a natureza de personagens ou lugares) que já despertam aquele sentimento de querer saber o que acontecerá em seguida.

Conclusão: Acho que posso dizer que “O Livro do Cemitério” vale a pena ser lido. Vou atribuir 3 grifos pelo começo da história (o que significa que é um livro bom).

Vale lembrar que, como eu disse no começo, o livro é sombrio, então talvez não seja recomendado para crianças muito impressionáveis (como minhas priminhas que não queriam nem ver a capa de um livrinho infantil só porque tinha um lobisomem nele…), mas esse provavelmente será um atrativo para os adultos que ainda tem ressalvas quanto a livros infanto-juvenis.



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Dani Toste

Advogada, jogadora de RPG, viciada em internet, amante de de livros, séries, música e filmes. Acha que o Lewis Carrol é um gênio, é obcecada pelos livros da Alice que considera os melhores do mundo.

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