Voltando a falar de literatura infanto-juvenil, resolvi falar de um livro que li por recomendação do meu colega de podcast Gustavo:
Título: Artemis Fowl: O menino prodígio do crime | Autor: Eoin Colfer
Tradutor: Alves Calado | ISBN: 978-85-01-06088-4 | Páginas: 286
Edição: Rio de Janeiro: Galera Record, 2010
Artemis Fowl é o personagem que dá nome ao livro, um garoto de 12 anos com uma mente assustadoramente maquiavélica e um coração perigosamente frio, muito bem descrito com o “menino prodígio do crime” no título brasileiro.
A narrativa do livro gira em torno do plano do garoto de roubar o ouro das fadas (sim, fadas!). O plano envolve algumas coisas importantes como roubar um livro contendo todos os segredos das fadas;
Para mim (eu que amo imensamente coisas relacionadas a fadas) a premissa do livro é bem interessante e acho que o ponto alto dele é a forma como Eoin Colfer reconstruiu as personagens faericas clássicas para criar uma sociedade um tanto mais moderna e organizada, sem, ao mesmo tempo, desconstruir as crenças humanas acerca delas.
Acho que a parte faerica e as explicações do autor para o funcionamento da sociedade das fadas e para a origem dos mitos a seu respeito são as grandes sacadas desse livro, e, no fim, fizeram com que minhas partes favoritas do livro não fossem realmente aquelas que seguiram o protagonista, mas as que contaram a história da Holly.
Devo dizer que o autor merece todo o crédito pela criatividade, com essa moda de adaptações de criaturas sobrenaturais para a sociedade moderna (ainda que o livro seja anterior a ela), às vezes parece difícil encontrar um livro que se de ao trabalho de sair da zona de conforto literaria e efetivamente fazer algo novo. “Artemis Fowl” me deu essa sensação de novidade, e acho que isso é um grande ponto positivo.
Então, em geral, gostei bastante da construção dos personagens e do universo em si, acho que as premissas são ótimas e muito bem desenvolvidas. Ainda assim, devo confessar: levei bem mais tempo do que o esperado para ler esse livro e não fiquei particularmente intrigada para continuar a série.
Talvez não seja culpa do livro em si, porque eu resolvi le-lo logo após o fim da faculdade e estava um pouco de saco cheio, mas ainda assim, com o tempo que eu tinha disponível, eu esperava um progresso bem melhor.
Estranhamente, não consigo atribuir essa demora a nenhum elemento do livro, a trama é boa e é rápida, o livro é simples, as premissas são ótimas… por enquanto ficarei com a dúvida sobre se algo no livro o torna lento ou se ele simplesmente me pegou de mal humor. (Se você leu o livro e tem alguma opinião sobre o assunto, manifeste-se!).
Conclusão:
Pelo bem ou pelo mal, vou deixar o Artemis Fowl com 3 grifos, o que significa que ele é um livro bom, mas que não conseguiu gerar para mim uma experiência particularmente especial (o que é realmente surpreendente considerando que é um livro com fadas!).
Eu recomendaria esse livro para qualquer pessoa que gosta de literatura infanto-juvenil. Para crianças acho que o livro deve agradar mais os garotos que as garotas (não sei explicar muito bem o porquê, mas acho isso).
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