Eu sei que eu vivo falando sobre Lewis Carrol e “Alice no país das maravilhas” e “Através do espelho” porque são meus livros favoritos e blá, blá, blá e talvez vocês até já estejam cansados da minha fascinação pessoal por literatura infanto-juvenil, então hoje resolvi falar de outro dos meus livros favoritos, mas que não é um clássico, nem é infanto-juvenil e nem sequer é o livro mais famoso do autor em questão.
Título: O dia do curinga | Autor: Jostein Gaarder
Tradutor: João Azenha Jr. | ISBN: 978-8571645400| Páginas: 378
Edição: São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
Eu tenho meu “top 3” de livros favoritos bem definido, e até o momento não li nada que conseguisse desbancar “O dia do curiga” da segunda posição.
Ao mesmo tempo eu sempre tenho bastante dificuldade de descrever o estilo deste livro e isso talvez seja porque o Jostein Gaarder tem um estilo que eu considero bastante único. Deste autor já li: “O Mundo de Sofia” (clássico!), “O dia do curinga” (objeto deste post), “O vendedor de histórias”, “Através do espelho”, e “A biblioteca mágica de Bibbi Bokken” (que eu parei no meio, e que tem um estilo meio diferente dos demais). Os livros são romances, mas também são livros cheios de reflexões filosóficas.
Mas, focando no livro: O dia do curinga conta a história de Hans-Thomas, um garoto de 12 anos que, junto com o pai, busca a sua mãe. Nessa viajem o garoto encontra outros personagens interessantes, um anão que lhe presenteia com uma lupa e um padeiro que lhe presenteia com um livrinho (que ele só consegue ler com a lupa). No livro, o garoto descobre a história de outras pessoas e, de certa forma, a sua própria. Não da para contar muito mais da trama sem abusar dos spoilers, então deixarei vocês apenas com essa idéia geral mesmo.
O melhor do livro, para mim, são as grandes sacadas do autor (como a relação entre o baralho e o calendário) e a forma como a história toda vai se desenrolando e se encaixando ao longo do livro. De todos os livros do Jostein Gaarder que eu li, esse certamente é o que faz isso com mais primazia, e foi um aspecto que tornou a leitura difícil de largar.
O livro é razoavelmente grande, mas fácil de ler. Ele é dividido em 5 partes (Espadas, Paus, Curinga, Ouros e Copas) e cada um desses capítulos se subdivide em cartas de baralho (As, dois, três, rei, valete, etc.) que faz uma relação com a temática do livro. Vale lembrar que em “O Mundo de Sofia” o autor faz uma referência dizendo que os filosofos são como curingas e essa idéia aparece no “O dia do curinga” (de uma forma bem mais prática e menos metaforica) e, ainda, que a narrativa do autor em geral segue o ritmo da “parte romance” daquele livro, nada cansativo ou pesado (como na parte “história da filosofia”).
Veredito:
Tendo em vista que esse livro faz parte do meu “top 3”, acho que já da para prever que a nota dele é 5.
Mas, independente da minha predileção pessoal, acho que esse livro é uma boa recomendação (até hoje, todas as pessoas para quem eu emprestei o livro, adoraram), é muito tranquilo de ler e deixa sempre aquela vontade de saber o que vai acontecer em seguida, o que acaba tornando a leitura razoavelmente rápida.
Ainda assim, eu não recomendaria para pessoas demasiadamente presas na realidade, porque é um livro escrito por um cara que gosta bastante de filosofar e não se importa de “viajar” um pouco fazê-lo (quem se lembra do fianl de “O Mundo de Sofia”, sabe do que eu estou falando), então o mais legal é ler o livro com a mente aberta e saborear as idéias do autor sem muitas preocupações com a verossimilhança da estória.
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