Hoje vou fazer um review de um livro que eu queria ler há muito tempo, mas que tinha dificuldade de encontrar uma edição legal para comprar. Aliás, esse é o maior problema dos clássicos de domínio público, acabam gerando tantas opções de compra que fica difícil saber ao certo o que escolher para ter acesso ao conteúdo integral.
Título: O Mágico de Oz | Autor: L. Frank Baum
Tradutor: Santiago Nazarian | ISBN: 978-85-8044-035-5 | Páginas: 189
Edição: São Paulo: Barba Negra: Leya, 2011
O Mágico de Oz é uma daquelas histórias que a maioria das pessoas conhece, ainda que superficialmente, mesmo sem nunca ter colocado os olhos no livro (assim como Peter Pan, ou Alice no país das maravilhas). Então eu já tinha uma boa idéia do que iria encontrar antes de mesmo de abrir o livro: uma garotinha procurando o caminho de casa, um espantalho sem cérebro, um homem de lata sem coração, um leão sem coragem, um caminho de tijolos dourados, uma bruxa malvada do oeste e um grande mágico chamado oz.
A escrita do livro é super simples e fácil de ler, da para acabar o livro inteiro em pouquíssimo tempo (eu chutaria umas 2 horas de leitura). Como a maioria dos livros infanto-juvenis, não gasta muito tempo com descrições e jornadas e etc., mas restringe-se a narrar o que é importante para a história, sem enrolações (eu, particularmente, sou bastante fã disso).
“Não importa o quão sombrio e cinza seja sua casa, nós, pessoas de carne e osso, preferimos viver lá a viver em qualquer país , por mais lindo que seja.
Não há lugar como o nosso lar”.
(Dorothy explicando porque quer voltar para casa)
Ao mesmo tempo, ele é o que eu chamo de um livro cheio de “quase-finais”, isso é, cheio de momentos nos quais você acha que vai chegar no desfecho da história, mas não chega, e os protagonistas acabam tendo que realizar outra tarefa antes de completar seu objetivo. Embora eu ache que esse tipo de coisa normalmente é muito cansativa e frustrante, esse não é o caso aqui, já que a narrativa do livro não permite aquele sentimento de cansaço.
Por causa dessa narrativa ligeira, eu acho que ele é uma ótima pedida para crianças, que provavelmente não terão tempo de ficar entediadas.
Gostei particularmente de ter percebido que o livro não fica se explicando especificamente, mas tem uma mensagem muito clara [spoilers?]: no fim das contas os personagens sempre tiveram consigo (ou em si) aquilo que buscavam em sua jornada, o que lhes faltava, provavelmente, era saber como usar aquilo que tinham.
Adaptações:
Vale lembrar que “O Mágico de Oz” teve uma série de adaptações cinematográficas, incluindo um musica de 1939 que é considerado um dos melhores de todos os tempos, um clássico dos clássicos que eu me sinto muito culpada por não ter assistido até hoje, especialmente ao som do “Dark Side of the Moon” do Pink Floid.
Além dessa, que eu recomendei sem assistir, também recomendo (e vou tentar escrever um outras mídias sobre) a microsérie do Syfy chamada “Tin Man” que é uma versão meio que recontada da história, mais ou menos nos mesmos moldes do Alice do Syfy (sobre o qual eu já escrevi, e que você pode ler aqui).
Por fim, mas não menos importante, não posso deixar de mencionar uma outra obra de muito sucesso baseada no universo criado por L. Frank Baum, que é o “Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West” de Gregory Maguire, que inspirou o super bem sucedido musical Wicked, que eu quero loucamente assistir e fico torcendo para ser adaptado aqui no Brasil (como fizeram muito bem com o Fantasma da Opera, A Bela e a Fera e Cats).
Veredito :
Se não fosse por nada mais, eu diria que vale a pena ler o livro apenas pelo enorme número de adaptações e obras inspiradas nele. Mas não é só isso: o livro é cativante, os personagens são adoráveis e a história é linda. Vou atribuir 4 grifos.

Duas recomendações:
Como a questão da edição foi um grande problema para mim em relação a esse livro, decidi gastar algumas linhas com minha recomendação pessoal.
Eu comprei a recente edição publicada pela LEYA sob o selo “Barba Negra” e a achei ótima! O texto é integral, a tradução é boa e o acabamento é impecável (com páginas cor creme e ilustrações, inclusive). O preço de tabela é R$ 19,90 (mas da para achar por uns R$12,00 em promoção) que acho um preço muito bom para se pagar num livro com esse acabamento (opções mais baratas normalmente são livros de bolso, ou tem uma qualidade bem inferior).
Embora eu não esteja aqui para fazer propaganda, devo dizer que achei bem legal o tal do selo “Barba Negra” que a Leya criou, e tem uma coisa particularmente interessante que é o “Web pop book“, uma espécie de “capítulo virtual” do livro, disponível no site da editora, com informações adicionais acerca da obra, acho que vale a pena conferir. Espero honestamente que a Barba Negra lance os livros do Lewis Carroll nessa coleção “Eternamente Clássicos” que seria uma ótima aquisição para a minha coleção.
Além dessa, eu quero indicar uma outra edição, que eu não tenho (ainda), mas certamente interessará os fãs da obra: o “The annotated Wizard of Oz“. Esse livro faz parte de uma série de livros anotados da W.W. Norton & Company, dos quais eu tenho o “Annotated Brothers Grimm”, o “Annotated Hans Christian Andersen” e o “Annotated Fairy Tales”, todos absolutamente lindos e cheios de informações interessantes, estão estou apostando que vale a pena comprar esse também.
Tags: Barba Negra, Editora, Ficção, Infanto-juvenil, L. Frank Baum, Leya, Literatura, O Mágico de Oz
Dani Toste
Advogada, jogadora de RPG, viciada em internet, amante de de livros, séries, música e filmes. Acha que o Lewis Carrol é um gênio, é obcecada pelos livros da Alice que considera os melhores do mundo.
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