Acho que demorou muito, mas finalmente li “O Pequeno Príncipe” no último fim de semana e achei que o livro, apesar de ser um clássico que dispensa apresentações, merecia ser mencionado aqui no blog.

Título: O Pequeno Príncipe | Autor: Antoine de Saint-ExupéryTradutor: Dom Marcos Barbosa | ISBN: 85-220-0523-0 Páginas: 91 | Rio de Janeiro: Agir, 2009
Achei muito bonitinha a dedicatória do livro, mas embora o próprio autor refira o livro como sendo para crianças, acredito que o que há de mais comovente e belo nele seja melhor apreciado pelos adultos, ou pelo menos por alguns adultos, que souberem encontrar as mensagens guardadas nesse livro.
“O Pequeno Príncipe” acompanha o narrador, um piloto que, tendo caido no deserto, conhece a pequena figura que dá nome ao livro e nos apresenta a sua jornada, desde sua vida no pequeno asteróide que chamava de lar, acompanhando sua viagem por outros asteróides da região, sua chegada à Terra, até o fim de sua exploração.

Ilustração do livro "O Pequeno Príncipe"
Esse não é um livro sobre trama e eu diria que nem mesmo sobre personagens, mas sobretudo sobre as mensagens, sobre as pequenas observações acerca da natureza e do comportamento humano, sobre repensar nas pequenas coisas (e daí o porquê de eu ter dito que acho que ele seja melhor apreciado por adultos).
Para mim (e acho que para a maioria das pessoas), o ponto alto do livro é o diálogo com a raposa, e embora, é claro, a mensagem principal seja aquela de que “só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos“, acho que a minha parte favorita desse diálogo foi:
“A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa.
Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa.
Compram tudo prontinho nas lojas.
Mas como não existem lojas de amigos,
os homens não têm mais amigos.
Se tu queres um amigo, cativa-me!”“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”
Acho que parte da beleza do livro é que ele é bem obvio e que, de certa forma, ele não fala nada que, no fundo, a gente não saiba.
Talvez seja por esse aspecto que ele seja visto por muitos como um livro para crianças, porque é sob esse ponto de vista tão simples que beira o infantil que podemos notar a obviedade de algumas verdades que estão nas nossa frente. E talvez, justamente por isso, esse livro seja genial: por não ter vergonha, nem medo, nem receio de apontar aquilo que, no fundo, todo mundo sabe (ou deveria saber) sobre as relações humanas.
Veredito: Eu fiquei muito feliz por ter tirado esse livro da minha lista de clássicos não lidos e por tê-lo lido, não é à-toa que ele é um dos livros mais vendidos do mundo. Fiquei pensando se 5 grifos não seria uma nota muito alta para um livro tão simples, mas acho que no fim, é justamente por isso que ele merece essa nota.
Conforme eu lia o livro, pensei em uma série de pessoas para quem eu poderia recomendá-lo, porque achei que algum trecho fosse fazer essas pessoas sorrirem, ou simplesmente refletirem sobre algo importante, então não posso deixar de dizer que recomendo esse livro para todas as pessoas. Não sei se qualquer pessoa irá gostar do livro, mas ele é tão pequeno, e tão simples, e tão rápido de ler, que não vejo nenhum motivo para não fazê-lo, nem que seja apenas para descobrir que não gostou ou para discordar de sua mensagem.
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