Quase todos os romances históricos disponíveis são de autores estrangeiros, com tramas completamente fora da nossa realidade. Está certo que a história brasileira carece de muitos momentos que criem um interesse tão relevante, afinal temos somente cinco séculos após a chegada dos portugueses… E o que ficou para trás de Cabral simplesmente não parece ganhar um enfoque literário extenso.
Contudo, recentemente encontrei um romance que muda um pouco este contexto precário ao trazer uma narrativa centrada na Revolução Constitucionalista de 1932: A Legião Negra, do jornalista Oswaldo Faustino.
O livro aborda a participação dos negros no levante paulista, retratando a desigualdade social na década de 1930. O foco está direcionado para a contradição existente entre o patriotismo da época e o preconceito que delimitava a vida, mostrando que mesmo no front havia um tratamento bastante arbitrário com estes soldados.
Trata-se de uma abordagem bem difícil de encontrar em romances similares, e certamente merece ser conferida.