Séries: Stranger Things

Escrito por: | em 25/10/2017 | Adicionar Comentário |

Você já leu ou assistiu a todas as análises de Stranger Things, eu sei, eu também. Na verdade, o ano de 2016 foi bombardeado por pessoas observando cada referência, imagem, som, posição de iluminação e diálogo.

Porém quero contar meu ponto de vista em particular.

Minha história com Stranger Things começou poucos anos antes, em 2011, com um filme chamado Super 8. Nessa história, seguimos um grupo de crianças, no início dos anos 80, que enquanto vivem seus hobbies, precisam lidar com uma criatura estranha que está aterrorizando a cidade.

Reconhece?

O filme tem muita semelhança com Stranger Things, o mesmo clima, as mesmas piadas e provocações entre os amigos, os mesmos planos que só uma criança poderia criar para deter o monstro, a mesma cara de “homenagem”. Só que o filme não se tornou tão conhecido do grande público. Poucos ao meu redor adoravam aquele filme como eu. E eu queria mais histórias como aquela.

Voltando para 2016.

Uma bela noite, a Netflix me apresentou um trailer, e enquanto assistia, eu revivi três grandes sensações. A primeira foi a que tive ao ver Super 8 e relembrar todos os filmes da Sessão da Tarde que vi na infância. A segunda foi a possibilidade reviver algo que não existe mais, a descoberta de uma estreia dias antes do lançamento. Stranger Things apareceu sem ser anunciada mundialmente anos antes, sem bombardear o público com milhões de trailers (que normalmente estragam a história). A terceira foi a ansiedade de ter de esperar por alguns dias para poder assistir e ver se a série era tão boa quanto o trailer.

Stranger Things foi provavelmente a série que assisti mais rápido em toda a minha vida. Não apenas pelo reduzido número de episódios, mas principalmente pelo ritmo com que a história é contada.

Devo aproveitar a oportunidade e admitir que me senti bem por ter assistido antes que a divulgação “boca a boca” fez com que o mundo todo assistisse a série na semana seguinte. Eu detesto ser o Hipster, mas foi bom dizer que “eu já tinha assistido antes da série ficar famosa”.

Agora pode me julgar.

Falando diretamente da série. Provavelmente o maior mérito seja o seu elenco. Se os atores envolvidos não fossem bons e carismáticos, todas as referências à cultura pop dos anos 80 seriam apenas “easter eggs” vazios e sem alma. E os atores são realmente muito bons em nos passar o medo pelo amigo desaparecido, a curiosidade por ver poderes e dimensões paralelas realmente existindo, ou mesmo o desespero de um filho preso em uma situação surreal.

A história é o próximo ponto que preciso destacar. Toda a série é divida em três núcleos (ou mesmo faixas etárias), a pesquisa do grupo das crianças, a história dos adolescentes, e a busca dos adultos.

As crianças Mike, Dustin, Lucas e Eleven, Que nos mostram em poucos episódios, os reais significados de amizade e confiança (principalmente na frase “amigos não mentem” ou a minha favorita “Ela é nossa amiga e é louca!” ). Além de bombardear a tela com milhões de referências em posters, brinquedos, atitudes e cenas (como o ataque telecinético da Eleven contra uma van, que foi uma versão menos boazinha do E.T. o extraterrestre fazendo as crianças voarem).

Os adolescentes têm seus próprios dramas (tanto que muitos consideram essa a parte menos atraente da série), porém, mesmo esses, que são os mais desconectados dos outros núcleos, acabam se unindo ao grande mistério final (e criam uma das melhores cenas de ação da série).

Por fim, os adultos são parte do lado conspiratório de Stranger Things, com experiências do governo, espionagem (na Guerra Fria, a melhor espionagem que existe), comunicação e viagens interdimensionais.

Destaquei os núcleos para expor aqui meu mais forte argumento. Stranger Things é uma série para todos. Todos mesmo! Por um ano eu vi pessoas dos mais variados tipos, das mais opostas opiniões, com todas as idades assistindo e adorando essa história.

Essa semana veremos a continuação (nem é segunda temporada, afinal o próprio trailer gosta de se intitular “Stranger Things 2”), e o sentimento dessa vez é a de rever velhos amigos, aqueles que mesmo depois de muito tempo longe, no momento que encontramos, não parece ter passado nem um dia. Juro que é verdade, afinal, amigos não mentem.



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vinicius

"Sou os diálogos do Tarantino, a ação de Ridley Scott, a magia de Spillberg, as explicações de Nolan e a pose cool de Guy Ritche."

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